A chegada da sexta geração da Mitsubishi Triton ao Brasil trouxe um novo patamar para o segmento das picapes médias. Com um design renovado, melhorias mecânicas significativas e desempenho mais eficiente, a picape agora nacionalizada se tornou uma forte concorrente para a Ford Ranger, que dominava o mercado com uma geração à frente das rivais.

A versão topo de linha, Triton Katana, se destacou nos testes, apresentando uma condução mais refinada e um consumo surpreendente. Seu novo motor 2.4 turbodiesel biturbo entrega 205 cv e 47,9 kgfm de torque, um ganho de 15 cv e 4 kgfm em relação ao modelo anterior. O câmbio automático de seis marchas foi mantido, mas recebeu ajustes na relação final, otimizando o desempenho e a eficiência.

Nos testes de desempenho, a Triton reduziu em 0,8 segundos sua aceleração de 0 a 100 km/h, agora feita em 11,2 segundos, igualando-se à Toyota Hilux, mas ainda atrás da Ford Ranger (9,4 s) e da Chevrolet S10 (9,3 s). Porém, o grande destaque foi o consumo: a nova Triton atinge 11,5 km/l na cidade e 14,2 km/l na estrada, tornando-se a picape média a diesel mais econômica do Brasil. Para comparação, a Toyota Hilux alcança 10,2 km/l no ambiente urbano, enquanto a Ford Ranger 2.0 turbodiesel faz 13,5 km/l na rodovia.

Essa eficiência é resultado de um conjunto de aprimoramentos, como a nova gestão eletrônica do motor, redução do atrito dos componentes internos, direção elétrica e um câmbio com relações mais longas. Além disso, a adoção do sistema start-stop contribui para o menor consumo no trânsito urbano.

O desempenho em rodovias também melhorou, graças ao torque máximo disponível a partir de 1.500 rpm, tornando acelerações e ultrapassagens mais ágeis. Além disso, o isolamento acústico foi aprimorado, tornando o habitáculo mais silencioso.

Outro avanço significativo está na suspensão, que recebeu ajustes para oferecer maior estabilidade e conforto. A dianteira do tipo duplo A foi redesenhada para aumentar o curso, enquanto a traseira com eixo rígido e molas semielípticas foi reforçada com aço de maior resistência. Com isso, a Triton eliminou a sensação de instabilidade em altas velocidades.

O espaço interno também melhorou, com um entre-eixos 13 cm maior, beneficiando os ocupantes do banco traseiro. Os assentos receberam melhorias na ergonomia e densidade da espuma, proporcionando mais conforto. No entanto, a ventilação forçada no teto, herdada da geração anterior, continua sendo um ponto de crítica por sua ineficiência e ruído excessivo.

A Triton Katana se destaca ainda por oferecer tração 4×4 acionável em movimento, mesmo em pisos com aderência, um recurso que melhora a segurança em condições adversas, como chuvas intensas. Esse diferencial está presente também na Ford Ranger, enquanto a Volkswagen Amarok conta com tração integral permanente.

No quesito tecnologia, a Katana traz central multimídia de 9” com alta resolução, câmeras 360°, piloto automático adaptativo, sete airbags, monitoramento de ponto cego e frenagem autônoma de emergência. O preço, no entanto, pode ser um fator de decisão para os consumidores: por R$ 329.990, a Triton Katana está apenas R$ 310 acima da Ranger Limited, o que pode levar alguns clientes a optarem pela rival da Ford.

A nova geração da Mitsubishi Triton mostra que a evolução no segmento das picapes médias não se resume apenas a potência e robustez, mas também à eficiência e conforto. Com o título de picape média mais econômica do Brasil, ela chega forte para competir por uma fatia maior do mercado.