Lançada no Brasil no início de 2021, a Ram 1500 Rebel ajudou a alavancar as vendas da marca no mercado nacional. Menor que a 2500, única disponível até então, veio com uma forte proposta de estilo de vida e a sugestão de ser uma picape esportiva.
E, quando o assunto é acelerar, ela realmente cumpre o que promete. Com o 5.7 V8 a gasolina de 400 cv, a 1500 anda tanto que difícil é mantê-la na velocidade máxima permitida em uma rodovia sem nenhum auxílio eletrônico – e ela tem muitos.
Sobre as características gerais da Ram 1500 e seu público-alvo falaremos mais em breve. Nesta reportagem, o assunto é consumo. E com foco em rodovias, que é o ambiente mais racional para se usar a picape de R$ 456.990.
Fiz o teste real de consumo da Ram 1500 Rebel em um trecho de 430 km rodados exclusivamente na estrada. Já sei que muitos vão argumentar: quem paga quase R$ 500 mil em uma picape não se importa com o consumo.
E esta afirmação é equivocada. O consumo pode importar para muitos clientes por diversas razões. Seja por questões ambientais, por autonomia ou mesmo porque, ao contrário do que muita gente pensa, gastar mais do que o necessário com combustível é algo que incomoda grupos de consumidores de qualquer segmento.
Não são todos os possíveis novos donos da Ram que vão se importar com o gasto. Alguns, no entanto, vão sim levar isso em consideração na hora de tomar a decisão.
O teste
A avaliação foi realizada nas rodovias Bandeirantes e Anhanguera, no Estado de São Paulo. Nelas, as velocidades máximas variam entre 100 e 120 km/h. E, durante 90% do teste, eu mantive esse limite.
Além disso, procurei fazer acelerações bem graduais, como se o processo estivesse sendo realizado pelo controlador de velocidade adaptativo. Sempre que tentava acelerar mais forte, a autonomia despencava – mas, até para simular uma condição de uso mais real de um modelo tão rápido, procurei pisar fundo no pedal direito em alguns momentos.
O tanque de combustível da Ram é imenso, como era de se esperar em um modelo com motor V8 que pesa 2.610 kg. A capacidade é de 98 litros. Autonomia alta? Nem tanto como era de se esperar para um compartimento tão volumoso.
Eu percorri 430 km de estrada e, pouco depois, já entrei no “vermelho”. O computador de bordo apontava entre 90 e 120 km de autonomia. Na melhor das hipóteses, e com muita parcimônia no pedal do acelerador, eu conseguiria rodar 550 km com a picape.
Boa autonomia? Em minha opinião, aceitável, para um modelo a gasolina. Até porque, mesmo sendo o Brasil um país de dimensões continentais, não é tão comum viajar muito mais que essa distância por terra.
Mas lembre-se: meu estilo de direção foi bem tranquilo na maior parte do tempo. Além disso, as rodovias em que circulei são de pista dupla, situação em que não é necessário nenhum esforço para ultrapassar – processo que acaba aumentando o consumo e reduzindo a autonomia.
Qual é o consumo da Ram 1500 Rebel
Ao final dos 430 km, o computador de bordo apontava 5,6 km/l. Porém, durante a maior parte do trajeto, por cerca de 350 km, mostrou 6 km/l. É que eu deixei para fazer as acelerações mais fortes na parte final do roteiro, quando percebi que teria autonomia para chegar – estava evitando uma parada no posto de combustível.
Mas e quanto ao consumo real? Mostrou-se bem próximo ao do computador de bordo. No fim do trajeto, abasteci a picape. O tanque comportou 78 litros após os 430 km. Ou seja: a Ram 1500 Rebel fez 5,51 km/l.
Com a gasolina a R$ 4,85, meu gasto total foi de R$ 378,30. Para comparação (e só para ficar no mesmo grupo automotivo da Ram, a Stellantis), com um Jeep Renegade (1.3 turbo flex; 185 cv), eu teria gasto R$ 174,80 para percorrer a mesma distância, também usando esse combustível.