Na Fórmula 1, algumas decisões têm o poder de mudar drasticamente o curso de carreiras e trajetórias, deixando a sensação do que poderia ter sido caso as escolhas fossem diferentes. Um desses casos é o casamento entre Fernando Alonso e a equipe Red Bull no início dos anos 2010, que nunca se concretizou. Christian Horner, chefe da equipe energética, revelou que houve uma considerável oportunidade para ambas as partes.
Segundo Horner, houve três conversas em momentos distintos entre 2008 e 2012, mas todas sem sucesso. Caso tivesse se juntado à equipe taurina, Fernando teria tido a oportunidade de aproveitar a era de domínio do tetracampeonato, que acabou nas mãos de Sebastian Vettel. Enquanto Vettel conquistou quatro títulos, Alonso nunca repetiu o sucesso alcançado em 2005 e 2006.
“Estivemos muito perto. Tive conversas com seus empresários para contratá-lo em 2008 e 2009. Ele queria fechar um contrato de apenas um ano, mas Dietrich Mateschitz, CEO da Red Bull na época, insistiu que seriam necessários dois anos ou nada. Não conseguimos chegar a um acordo”, revelou Horner em entrevista à revista inglesa Motorsport Magazine.
Após uma conturbada saída da McLaren no final de 2007, após desentendimentos com quase todos na equipe em apenas um ano, Alonso voltou para a Renault, onde havia conquistado seus dois campeonatos anteriores. No entanto, a equipe não possuía mais a mesma força de outrora, embora Flavio Briatore ainda cuidasse da carreira de Alonso na época.
“Acreditávamos que tínhamos um contrato bem definido para ele ir para a Ferrari em 2009. O curioso é que Flavio Briatore também estava envolvido, mas ele queria levá-lo de volta para a Renault, a equipe que ele gerenciava até então. No final, Alonso optou por ficar com a Renault por aqueles dois anos”, recordou Horner.
No entanto, a Red Bull ainda não havia conquistado um título ao final desses dois anos e voltou a abordar Alonso em 2010.
“No meio de 2009, abordei novamente Alonso para dizer que ele poderia se juntar à nossa equipe no ano seguinte, pois venceríamos o campeonato com o carro que tínhamos”, compartilhou Horner.
Alonso acabou fechando um acordo para se mudar para a Ferrari em 2010, mas ao final da temporada de 2009, ficou evidente que a equipe energética estava em ascensão, apesar do título da Brawn GP. Em 2010, pelas mãos de Sebastian Vettel, a Red Bull conquistou seu primeiro título mundial de pilotos, conforme antecipado por Horner, e também o título de construtores, contando com Mark Webber.
Por fim, houve um último contato, embora menos consistente. Horner não pôde especificar o ano exato, mas lembrou de uma conversa na parte traseira de um carro Alfa Romeo no aeroporto de Spa