sexta-feira, outubro 24, 2025
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Gambiarra elétrica provoca incêndio em BYD Dolphin no RS

Um simples “jeitinho” quase terminou em tragédia. Caso em Santa Maria (RS) mostra que improvisar na hora de carregar um carro elétrico pode custar caro — e o problema não está no carro, mas no descuido.

No último domingo (19), um BYD Dolphin pegou fogo em Santa Maria (RS) e acendeu o alerta sobre os riscos das famosas “gambiarras elétricas”. Segundo o Corpo de Bombeiros, o dono do veículo ligou o carregador portátil do carro em uma extensão comum, que descia do segundo andar de um prédio até a rua, onde o elétrico estava estacionado. Resultado? A fiação superaqueceu, derreteu e iniciou o incêndio.

O fogo começou justamente na parte onde a extensão foi emendada ao carregador. A chama tomou conta da cabine e destruiu bancos, plásticos e acabamentos internos — mas a bateria e o sistema elétrico principal não foram atingidos. Isso mostra que o problema não foi do carro, e sim do uso incorreto na recarga.

“Veículos elétricos são extremamente seguros, mas não podem ser recarregados de qualquer jeito”, explica Fábio Delatore, especialista em veículos elétricos do Instituto Mauá de Tecnologia. Segundo ele, no Brasil existe a norma ABNT NBR 17019, que define todos os padrões de segurança para instalações de recarga. Ela exige projetos feitos por engenheiros, cabeamento dimensionado, disjuntores adequados e proteção térmica. Nada disso foi respeitado no caso do Dolphin.

O perigo do “jeitinho”

A tentativa de economizar virou um exemplo clássico do que não se deve fazer com carros elétricos. O proprietário tentou evitar furtos mantendo as janelas quase fechadas — o que deixou o interior do carro ainda mais quente. O carregador estava guardado dentro do veículo, sem ventilação e sem proteção, e conectado a uma tomada improvisada. Uma combinação perfeita para o desastre.

Os bombeiros confirmaram que a causa do incêndio foi a sobrecarga elétrica da extensão, que não suportou a corrente exigida. “Em projetos bem executados, as chances de incidentes com fogo são praticamente nulas”, reforçou Delatore.

Tecnologia segura, uso errado

A BYD equipa o Dolphin com a bateria Blade, conhecida por ser uma das mais seguras do mundo. Ela utiliza células que dissipam melhor o calor e resistem até a perfurações diretas sem pegar fogo — tecnologia que passou por testes extremos, como o famoso “nail penetration test”, sem liberar fumaça nem chamas.

Ou seja: o carro não falhou — quem falhou foi o método de recarga. Mesmo com tecnologia de ponta, não há bateria que resista a uma instalação improvisada, sem aterramento, disjuntor ou cabo adequado.

Dica Piloto Caro

Se você tem (ou pensa em ter) um elétrico, esqueça o “jeitinho brasileiro”. Carregue sempre com:

  • Instalação feita por profissional qualificado (engenheiro ou técnico credenciado);
  • Tomadas e cabos compatíveis com a potência do carregador;
  • Disjuntores e proteções térmicas corretas;
  • Ambiente ventilado e supervisionado durante a carga.

A mobilidade elétrica é o futuro — mas esse futuro não combina com gambiarra. O incêndio em Santa Maria serve de alerta: o carro elétrico é seguro, o risco está na tomada errada.

Piloto Caro acompanha o caso e reforça: tecnologia salva, improviso põe fogo.

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