Após sete anos de produção em Córdoba, a Nissan encerrou oficialmente a fabricação da Frontier na Argentina, marcando o fim de um ciclo importante na história da picape na América do Sul. A decisão faz parte do plano global Re:Nissan, que tem como objetivo otimizar a produção e concentrar as operações de veículos comerciais em unidades mais modernas e estratégicas — no caso da Frontier, a fábrica de Civac, no México, será a nova responsável pela produção destinada a toda a América Latina.
Fim antecipado em Córdoba
O encerramento da linha de montagem aconteceu antes do previsto. Inicialmente, a produção seria mantida até dezembro de 2025, mas, segundo informações da imprensa argentina, a falta de componentes antecipou o cronograma, resultando na paralisação dois meses antes do planejado.
Com isso, a Nissan também encerra definitivamente sua participação no complexo industrial de Santa Isabel, administrado pela Renault. A fábrica voltará a ser dedicada exclusivamente à produção de veículos da marca francesa.
Em nota oficial, a Nissan Argentina declarou que a mudança faz parte da reestruturação global e que toda a produção de picapes na região será concentrada no México, mantendo o compromisso de garantir a mesma qualidade de produto, atendimento e pós-venda em toda a rede da marca.
Impacto na Renault e na cadeia local
O fim da Frontier argentina também impacta diretamente a Renault, que produzia no mesmo complexo a Alaskan, sua picape média derivada do projeto da Nissan. Com a paralisação da linha, a Alaskan deixa de ser fabricada, abrindo espaço para o lançamento da nova Renault Niagara, previsto para 2026.
A Niagara, porém, será um modelo menor, voltado ao segmento da Fiat Toro e da Chevrolet Montana, com estrutura monobloco e capacidade de carga em torno de meia tonelada. Essa mudança mostra a nova estratégia da Renault, que passa a focar em veículos de uso misto e voltados para o público urbano.
A nova fase da Frontier
A transferência de produção para o México está alinhada à estratégia de eficiência e padronização global da Nissan. A fábrica de Civac é uma das mais avançadas da marca na América do Norte e já produz versões da Frontier para o mercado dos Estados Unidos, o que permitirá maior escala e redução de custos operacionais.
No entanto, a mudança poderá impactar a oferta e os preços da picape no Brasil. O país mantém acordo comercial com o México que permite importação sem imposto, mas dentro de um limite de cotas anuais. Como a Nissan já utiliza parte dessa cota para modelos como Sentra e Versa, é possível que haja ajustes de versões e valores na linha Frontier brasileira.
Frontier 2026: novo visual e mais tecnologia
A nova Frontier mexicana está programada para chegar em 2026, trazendo visual completamente renovado e mais recursos tecnológicos. As primeiras imagens revelam linhas mais agressivas, uma nova grade frontal robusta, faróis de LED com assinatura marcante e parachoques redesenhados.
O interior também será modernizado, com nova central multimídia, melhor acabamento interno e sistemas de assistência à condução inéditos no modelo. A expectativa é que o motor 2.3 turbodiesel continue em uso, mas com melhorias em eficiência e desempenho, para competir com rivais como Toyota Hilux, Ford Ranger e Chevrolet S10.
Com o novo ciclo de produção no México e um design mais arrojado, a Nissan aposta em reposicionar a Frontier no mercado latino-americano, reforçando sua presença no segmento de picapes médias e mantendo viva uma das linhas mais tradicionais da marca.
