A Chevrolet Montana já não é mais uma novidade. Desde o início de nosso contato com ela, quando ainda estava camuflada, passamos por vários anúncios e apresentações oficiais, onde destacamos suas características de espaço, acabamento e tecnologia. No entanto, ainda faltava experimentar a condução da picape e conhecer mais sobre as outras versões. Agora, esse momento chegou.
Antes de descrever como a nova Montana se comporta na estrada, é importante destacar alguns aspectos sobre o modelo. A picape da Chevrolet deixou de ser considerada compacta e passou a ter o mesmo tamanho da Renault Oroch, ou seja, é maior do que a Fiat Strada e menor do que a Toro.
A Chevrolet Montana se posiciona entre as picapes da Fiat, tanto em suas dimensões quanto em sua motorização e preços. Com isso, busca competir com as versões mais caras da Strada e mais baratas da Toro, além de anunciar o fim da Oroch, que já não obteve bons resultados de vendas no Brasil.
Por enquanto, somente os modelos de topo de linha da Montana tiveram seus preços revelados. A versão LTZ tem preço inicial de R$ 134.490, enquanto a topo de linha, Premier, começa em R$ 140.490. Ambas possuem motor 1.2 turbo com potência de até 133 cv e torque de 21,4 kgfm, e transmissão automática de seis marchas.
A Chevrolet confirmou a existência de duas versões adicionais da Montana, mas seus preços não foram divulgados ainda. A versão de entrada, sem nome específico, e a LT serão equipadas com o mesmo motor, mas com transmissão manual de seis marchas.
A lista completa de equipamentos ainda não foi revelada. No entanto, já se sabe que a versão básica da Montana incluirá o sistema de entretenimento MyLink de 8 polegadas, compatível com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, serviço Onstar, faróis automáticos, protetor de caçamba e seis airbags. As rodas serão de ferro com calotas de 16 polegadas.
A versão LT da nova Chevrolet Montana possui rodas de liga leve aro 16, capota marítima, rack de teto, USB traseiro e câmera de ré. Já a versão LTZ apresenta detalhes cromados, rodas de 17 polegadas, sensores de estacionamento traseiros, chave presencial e piloto automático.
A topo de linha, Montana Premier, inclui alerta de pontos cegos, carregador de celular por indução, faróis full LED, ar-condicionado digital e acabamentos diferenciados, como os bancos que imitam couro, o cromo escurecido na grade e as rodas pintadas de grafite.
Acabamento e espaço da nova Montana
O acabamento da Montana Premier é bom, com materiais de qualidade e montagem cuidadosa. Os bancos são do Tracker e os painéis de porta são exclusivos da Montana.
A disposição do painel é exclusiva para o Brasil, vinda do Tracker RS chinês, e a central multimídia é uma solução diferente dos modelos da plataforma que originaram a Montana, como o Onix, Onix Plus e Tracker.
O artifício utilizado na nova Chevrolet Montana é interessante, trazendo modernidade, mas evidenciando alguns problemas de equipamentos. Por exemplo, o tamanho da central multimídia poderia ser maior do que as 8 polegadas (no Tracker RS são 10,25″), deixando uma espessa borda em preto brilhante. No entanto, o principal problema é a ausência de um quadro de instrumentos digital, mantendo os mesmos mostradores analógicos do Onix.
A GM promete que a Montana oferece um bom espaço geral, sendo mais espaçosa que a Strada no banco traseiro e, teoricamente, mais espaçosa que a Toro. Na prática, a Montana tem mais espaço que a Strada, mas oferece o mesmo espaço da Toro.
O novo modelo apresenta alguns prós e contras em relação aos bancos, começando com os bancos curtos, que terminam consideravelmente antes dos joelhos dos ocupantes. Para compensar, o assoalho é mais baixo que o normal, o que evita que os joelhos fiquem acima da linha do quadril. O ângulo do encosto também é bom, já que é menos vertical em comparação com seus concorrentes.
No entanto, apenas dois passageiros podem viajar com conforto na parte de trás, pois o túnel central no assoalho é alto e o console invade o espaço que seria dedicado às pernas do passageiro do meio. Além disso, o console, apesar de ter duas portas USB e uma tomada de 12V, não possui saída de ar-condicionado.
Falando em espaço, a nova picape da Chevrolet tem capacidade de carga de até 874 litros na caçamba, um pouco menos do que a capacidade da Fiat Toro, que é de 937 litros. No entanto, a Montana é uma picape projetada para o uso mais urbano, e a Chevrolet espera que sua caçamba seja utilizada mais como porta-malas do que como um compartimento de carga.
Por conta disso, a Chevrolet se preocupou em fornecer a melhor vedação contra a entrada de água da categoria, com uma canaleta esculpida na borda da caçamba. Além disso, há uma série de acessórios para acomodar bagagens de forma prática, como bandejas para objetos menores e divisórias para separar itens pesados dos mais leves.
A GM utiliza como justificativa a capacidade de carga da Montana para suportar seu argumento, já que ela pode transportar até 600 kg em suas versões automáticas e 637 kg em suas versões manuais. Em comparação, a capacidade de carga mínima da Strada é de 630 kg, enquanto a Oroch suporta no mínimo 650 kg. Já a capacidade mínima de carga da Toro é de 670 kg, podendo chegar a 1 tonelada em suas versões a diesel.
A grande dúvida sobre a picape dizia respeito à sua dirigibilidade, já que se trata de uma picape baseada em uma plataforma de compactos – de novo, Onix, Onix Plus e Tracker. As primeiras impressões, porém, foram as melhores possíveis.
Assim como suas grandes rivais Toro e Oroch, a Montana nos faz esquecer que estamos dirigindo uma picape. Por quase todo o trajeto feito, a sensação era de estar dirigindo um SUV – ou um Tracker, para ser mais preciso.
Na prática, a suspensão da Montana comporta-se como a de um SUV, com um bom equilíbrio entre conforto, amortecimento e desempenho nas curvas. A sensação de estar em uma picape só é percebida em terrenos acidentados ou em elevações e depressões abruptas na pista, quando a traseira da Montana dá uma pequena sacudida. No entanto, este impacto é sutil e, certamente, o público-alvo dos SUVs não se incomodará com isso.
A dirigibilidade da Montana também é boa, considerando a leveza da direção e as dimensões do veículo, incluindo seu peso de 1.310 kg na versão mais pesada, a Premier. O desempenho é suficiente mesmo com o carro vazio, apresentando acelerações suaves e uma boa relação entre o câmbio automático e o motor 1.2 turbo.
De acordo com a Chevrolet, a picape vai de 0 a 100 km/h em 10,1 segundos com câmbio automático e etanol, contra 11,7 segundos das versões manuais. Já no consumo, divulgado com gasolina, a marca promete as médias de 11,1 km/l na cidade e 13,3 km/l na estrada. Em breve, comprovaremos estes números em nossa pista de testes.
Ficha técnica – Chevrolet Montana Premier
Preço: R$ 140.490
Motor: flex, dianteiro, transversal, três cilindros, 1.199 cm3, 12V, turbo, 132/133 cv a 5.500 rpm, 19,4/21,4 kgfm entre 2.000 a 4.5000 rpm (gasolina/etanol)
Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira
Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
Freios: discos ventilados (diant.) e tambor (tras.)
Direção: elétrica
Pneus: 215/55 R17
Dimensões: comprimento, 471,7 cm; largura, 179,8 cm; alt., 165,9 cm; entre-eixos, 280 cm; peso, 1.310; caçamba, 874 litros; capacidade de carga, 600 kg; vão livre do solo, 185,4 cm