A frustração de Alexander Albon pelo resultado no GP de Miami, realizado no último dia 7, ainda é assunto na Williams. O anglo-tailandês ficou decepcionado com o 14º lugar e, principalmente, com a estratégia adotada no início da prova e as ordens da equipe de poupar pneus no segundo stint (período com um conjunto de pneus). Alguns rádios do piloto chamaram a atenção pela forma contundente como respondeu aos engenheiros, embora não tenha sido desrespeitoso.
Os questionamentos poderiam causar algum tipo de desconforto para a equipe, mas em entrevista à revista Autosport, o chefe da Williams, James Vowles, saiu em defesa do dono do carro #23 e disse que esse comportamento combativo é encorajado dentro da escuderia.
“Na verdade, eu incentivo isso, acho que é algo positivo. Não há ninguém melhor do que ele para saber o que está acontecendo dentro do carro. Já ouvi isso várias vezes dele. Mas é construtivo, não é negativo. A frustração de Alex [Albon] foi normal. Estávamos em uma fase em que sabíamos que tínhamos uma oportunidade contra o Valtteri [Bottas], mas apenas se pudéssemos criar uma diferença nos pneus entre os dois. E, o mais importante, a ameaça atrás seria enorme”, ponderou Vowles.
“Era um equilíbrio delicado. Ele vai olhar para trás e perceber que, não importa o que fizéssemos, acabaríamos onde estávamos. Foi uma posição terrível para o engenheiro, porque não havia uma resposta correta. Se aumentássemos o ritmo, pareceríamos ainda piores [nos pneus]; se gerenciássemos mais, continuaríamos onde estávamos. É por isso que eu digo que Alex pode olhar para trás e dizer: ‘Ok, entendo por que vocês não sabiam o que fazer’”, completou.
Além da 14ª colocação na corrida, Albon também teve outra frustração em Miami. O anglo-tailandês largou em 11º, ou seja, próximo da zona de pontuação, mas não conseguiu sustentar a briga, o que passa diretamente pela performance do FW45. Porém, ao contrário do seu piloto e do que o senso comum poderia imaginar, Vowles se mostrou satisfeito com o que o carro entregou na pista.
“Estou bastante satisfeito com o que entregamos em relação ao desempenho do carro. Fizemos o primeiro stint durar o máximo possível, tentamos equilibrar os dois stints, mas, independentemente disso, faltaram apenas alguns décimos”, explicou.
“O aspecto positivo é que terminamos 10s atrás da zona de pontuação, mas não houve desistências, nada de errado aconteceu. Não houve períodos de safety-car, bandeiras amarelas, chuva, nada. E ficar 10s atrás da zona de pontuação com o carro que temos, eu aceito. Não achei que essa pista seria adequada para nós. E isso é o que aconteceu”, disse.
Os dois pilotos da Williams terminaram fora da zona de pontuação, já que Logan Sargeant foi o último. Com isso, a escuderia britânica saiu zerada da etapa e segue na última colocação do Mundial de Construtores com apenas um ponto. A diferença para a Haas, sétima posicionada na tábua, é de sete pontos.
“O elemento decepcionante é que ainda estamos em décimo no campeonato. A Haas avançou novamente com mais pontos. Outra coisa interessante é que isso muda de corrida para corrida – se voltarmos para Baku, a McLaren estava muito forte. A forma como descrevi é que há basicamente quatro equipes lutando pelo último ponto, e isso vai depender das características da pista e se você faz um bom trabalho ou não”, avaliou Vowles.
A Fórmula 1 retorna no fim de semana dos dias 19 a 21 de maio, em Ímola, com o GP da Emília-Romanha.