A Volkswagen confirmou uma importante reviravolta na produção global do Golf. A partir de 2027, o icônico hatch deixará a Alemanha para ser fabricado na planta de Puebla, no México, o que deve facilitar a chegada de novas versões ao mercado brasileiro — hoje restrito ao esportivo Golf GTI.
Durante o primeiro episódio do QRcast, videocast da Quatro Rodas, o presidente da Volkswagen do Brasil, Ciro Possobom, afirmou que a nova localização trará benefícios logísticos e comerciais para o país. Segundo ele, a produção mexicana permitirá ampliar a oferta de versões, aproveitando acordos comerciais que reduzem impostos de importação entre Brasil e México.
Produção mais próxima e custo reduzido
A fábrica de Puebla é uma das maiores e mais completas unidades da Volkswagen fora da Europa, com processos de estamparia, pintura e montagem final totalmente integrados. Além disso, o custo de produção no México é significativamente menor que o da Alemanha — uma economia estimada pela marca em cerca de 4 milhões de euros por ano.
Essa mudança pode resultar em preços mais competitivos para o consumidor brasileiro, especialmente se o câmbio e os acordos bilaterais favorecerem as importações. Hoje, o Golf GTI é oferecido em edição limitada, com cerca de 500 unidades previstas para 2026, todas já reservadas.
Mais versões no horizonte
Com a linha de montagem mexicana, a Volkswagen pretende diversificar o portfólio. Além do GTI, a marca estuda trazer versões mais acessíveis do hatch, voltadas para quem busca desempenho sem o custo das opções esportivas.
Entre as possibilidades está o Golf R, topo de linha da família, equipado com motor 2.0 turbo, 333 cv e tração integral 4Motion, que entrega desempenho digno de esportivos premium. Outro modelo que pode desembarcar por aqui é a versão perua (Golf Variant), que voltaria a ocupar um espaço quase extinto no mercado nacional, dominado por SUVs e poucos modelos de luxo como o Audi RS 4 Avant e o Porsche Taycan Cross Turismo.
Golf elétrico segue europeu
Enquanto isso, a nova geração 100% elétrica do Golf, prevista para 2029, continuará sendo produzida na Alemanha, reforçando o foco europeu da Volkswagen na eletrificação total. Já as versões a combustão e híbridas plug-in ficarão sob responsabilidade da unidade mexicana, garantindo maior flexibilidade de exportação para mercados como América Latina e Estados Unidos.
Com isso, o Brasil volta ao radar da Volkswagen como destino importante para o Golf, um dos modelos mais emblemáticos da marca. E se os planos seguirem o cronograma, 2027 marcará o retorno em grande estilo do hatch mais famoso da marca alemã às ruas brasileiras.
