O carro da Red Bull se tornou uma verdadeira máquina de performance para Max Verstappen, mas a história tem mostrado que apenas ele consegue tirar o máximo do “touro indomável”. Isso levanta uma questão recorrente na Fórmula 1: por que outros pilotos têm dificuldades para performar com o mesmo nível de eficácia?
Liam Lawson, que recentemente assumiu o lugar de Sérgio Pérez, tem enfrentado desafios significativos com o carro da Red Bull. Embora Lawson tenha sido promovido após o desgaste da relação da equipe com o mexicano, o neozelandês não é o primeiro a lutar para se adaptar ao estilo único de pilotagem que o RB21 exige. Isso remonta aos tempos em que Pierre Gasly e Alexander Albon, depois de algum tempo de parceria com Verstappen, enfrentaram dificuldades semelhantes, resultando em substituições. Apesar de continuarem na Fórmula 1 e se destacando em outras equipes, ambos carregam um estigma em suas carreiras devido à comparação constante com o desempenho do neerlandês.
A resposta para o desempenho superior de Verstappen está diretamente ligada ao estilo específico de pilotagem que ele exige do carro. Max prefere um carro com uma dianteira extremamente responsiva, que reaja rapidamente aos comandos de direção, o que pode ser desafiador para outros pilotos. Isso leva a um comportamento que muitos consideram um “problema” no carro — a traseira solta, um desafio para quem não tem o mesmo controle sobre o veículo que Verstappen. Segundo Christian Horner, chefe da Red Bull, esse estilo é o que diferencia o desempenho de Max, permitindo que ele lide melhor com a traseira solta, um ponto crítico para muitos pilotos.
Esse estilo de pilotagem é ainda mais evidente nas palavras de Alexander Albon, ex-companheiro de Verstappen na Red Bull, que descreve a precisão necessária para controlar o carro como algo “extremamente bicudo”, com um nível de sensibilidade que exige um domínio muito específico.
Enquanto o estilo de Verstappen é indiscutivelmente único, a adaptação ao RB21 é um grande desafio para qualquer piloto que não tenha o mesmo instinto preciso. Durante a temporada, mensagens entre Lawson e seu engenheiro evidenciam as dificuldades de adaptação, como o desgaste excessivo dos pneus dianteiros e a perda de equilíbrio do carro nas saídas de curva. Mesmo com os problemas de Lawson, o carro também não tem mostrado o desempenho esperado, e até Verstappen não tem conseguido brigar por vitórias nas condições normais.
Com uma reunião crucial agendada para definir o futuro de Lawson na equipe, a Red Bull está avaliando a possibilidade de uma troca, com Yuki Tsunoda sendo o possível substituto no GP do Japão, caso Lawson seja desligado. A decisão será uma virada de página para a Red Bull e para Tsunoda, que terá de se adaptar ao desafio do “touro indomável” se realmente assumir o volante da equipe.
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