A Mercedes não ganhou o GP da Espanha do último fim de semana, mas foi quem saiu mais feliz. O motivo foi ver o W13 ser, enfim, competitivo e se apresentar como um incômodo tanto para a Ferrari quanto para a Red Bull ao longo da corrida. Mesmo assim, a equipe prega a cautela. Sabe que achou o fio da meada, mas ainda não quer garantir que resolveu de uma vez por todas o problema dos quiques.
Quem afirmou foi o diretor de estratégias da Mercedes, James Vowles, num vídeo publicado pela própria equipe. Vowles garante que a Mercedes encontrou mesmo um caminho para evoluir o carro e se livrar do porpoising – os quiques -, mas é impossível afirmar que o problema não se apresentará novamente ao menos em alguma forma numa pista diferente.
“Tivemos uma de seis corridas em que o carro se comportou bem. Enfim, foi um carro apropriado para correr. Deu para mexer no setup, ajustar bastante e respondeu da maneira que era prevista. O mesmo não podia ser dito para o carro nas primeiras cinco corridas do ano”, falou. George Russell e Lewis Hamilton foram, respectivamente, terceiro e quinto colocados na Catalunha.
“De qualquer maneira, temos de controlar nossas expectativas. É uma pista que se encaixa com nosso carro já há muitos anos. Temos muito a entender e aprender. Seria errado afirmar que o problemas dos quiques desapareceu”, disse.
“Ainda se vê também em nossos competidores, e tenho certeza de que elementos disso vão aparecer novamente conforme seguimos construindo nossa compreensão dessa estrutura que estabelecemos em Barcelona. O que posso dizer é que demos um passo definitivo na direção de entender o que colocamos na pista. Podemos crescer a partir daí. É diferente do que aconteceu nas primeiras cinco corridas”, reforçou.
“Temos pistas complicadas vindo aí, Mônaco e Baku, que vão arremessar desafios e surpresas em nossa direção. A diferença agora é que temos um carro bem mais próximo a quem vem à frente: um carro com o qual podemos lutar pelo campeonato”, afirmou.
Vowles tocou ainda na questão do superaquecimento do motor. Perto do fim da prova, tanto Russell quanto Hamilton receberam o aviso de que tinham de cuidar do carro porque a temperatura do motor representava um perigo real de abandono. Hamilton tirou bastante o pé e acabou cedendo a quarta colocação a Carlos Sainz.
“Nosso motor estava muito quente. Para dar algum contexto, a temperatura ambiente era de 37°C na corrida: era 36°C na largada e ainda piorou depois. É muito calor, algo incomum para praticamente todos os circuitos do calendário. Os pilotos tiveram de responder a isso cuidando do motor, colocando o carro em ar limpo e recuperando energia. Fizeram um ótimo trabalho levando o carro até o fim”, terminou.