quarta-feira, setembro 10, 2025
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Governo antecipa imposto para elétricos, mas mantém benefício estratégico para BYD

Governo tenta equilibrar pressão das montadoras e avanço da BYD com medida que altera cronograma de impostos

Em meio à disputa entre gigantes da indústria automobilística e a ascensão dos elétricos no Brasil, o governo federal tomou uma decisão que tenta equilibrar os interesses da indústria nacional e dos novos investidores estrangeiros. A Camex (Câmara de Comércio Exterior) decidiu antecipar o imposto de importação de 35% para veículos elétricos e híbridos, incluindo aqueles em forma de kits desmontados, mas também aprovou uma isenção temporária para a BYD, que está em fase inicial de sua operação no país.

Imposto de 35% chega antes do previsto

Inicialmente, a alíquota de 35% seria aplicada de forma escalonada até 2026 para veículos montados (CBU) e até 2028 para kits desmontados (SKD e CKD). No entanto, após pressão da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e apoio de grandes montadoras como Toyota, GM, Volkswagen e Stellantis, o governo decidiu antecipar a cobrança integral para janeiro de 2027 nos casos de importação por kits.

A mudança impacta diretamente o plano da BYD, que inicia suas atividades no complexo industrial de Camaçari (BA) com a montagem de modelos elétricos em sistema SKD (carroceria já pintada e parcialmente montada).

Isenção estratégica para a BYD

Apesar da antecipação da tributação, o governo criou uma saída para não desestimular o investimento bilionário da montadora chinesa. A BYD terá direito a uma cota de importação sem imposto no valor de até US$ 463 milhões (cerca de R$ 2,58 bilhões) para trazer kits CKD e SKD ao Brasil nos próximos seis meses.

Essa medida visa oferecer uma transição mais suave para o início da operação, com previsão de evolução para CKD total em até 18 meses – quando o processo incluir montagem e pintura locais. Segundo a marca, em até cinco anos a nacionalização da produção poderá chegar a 70%, com direito à produção de motores flex abastecidos com etanol.

Foto: Divulgação

Disputa de argumentos e interesses

A decisão da Camex é vista como um meio-termo político: de um lado, atende parcialmente o pleito da indústria nacional, que critica o modelo SKD por não fomentar a cadeia de fornecedores brasileiros. De outro, dá fôlego para a BYD consolidar sua fábrica e gerar empregos na Bahia.

Sindicatos como CUT e Força Sindical, além de entidades do setor de autopeças como Abipeças e Sindipeças, também demonstraram apoio à antecipação do imposto, temendo uma “industrialização superficial” baseada apenas na montagem de kits.

Já a BYD, que criticou publicamente os rivais ao compará-los a “dinossauros”, reforça que o benefício é temporário e necessário para estruturar sua produção local – em linha com os acordos já firmados com o governo da Bahia.

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