O mercado automotivo brasileiro vai ganhar mais um nome de peso. A Caoa, um dos maiores grupos do setor no país, firmou parceria com a Changan, gigante chinesa, para criar a Caoa Changan, nova marca que chegará oficialmente ao Brasil. O anúncio será feito durante o Salão do Automóvel de São Paulo, previsto para novembro de 2025, mas as vendas só começam no segundo trimestre de 2026.
A operação terá linha inicial composta por três SUVs de diferentes portes, todos já em testes no país. Enquanto dois modelos virão equipados apenas com motores a combustão, o topo de linha será totalmente elétrico — e com números impressionantes de desempenho e autonomia.
Primeiros modelos confirmados
O Uni-T será a porta de entrada da marca. Trata-se de um SUV médio de visual arrojado, com 4,51 metros de comprimento e entre-eixos de 2,71 metros — medidas próximas às de modelos como Toyota Corolla Cross, mas com espaço interno comparável a SUVs maiores. O motor será 1.5 turbo a gasolina, entregando 188 cv e 30,5 kgfm, acoplado a câmbio automatizado de dupla embreagem e sete marchas.
Acima dele estará o CS75 Plus, rival direto de modelos como Jeep Commander. Com 4,77 metros de comprimento, entre-eixos de 2,80 metros e linhas modernas, o SUV chama atenção pelos faróis divididos, grade de elementos tridimensionais e interior com três telas totalizando 37 polegadas. Haverá opções de motores 1.5 e 2.0 turbo, ambos a combustão.

O destaque de sofisticação ficará para o Avatr 11, SUV elétrico de alto desempenho que, no Brasil, deve partir da faixa dos R$ 600 mil. Ele oferece duas motorizações elétricas somando 547 cv e 70 kgfm, acelerando de 0 a 100 km/h em apenas 3,9 segundos. Na China, o modelo tem baterias de até 116,8 kWh e alcance de até 815 km (padrão WLTC). Também existe uma versão híbrida de autonomia estendida, capaz de superar 1.000 km de alcance combinado.

Rede de concessionárias separada
A Caoa Changan terá rede própria de lojas, sem relação operacional com a Caoa Chery. Embora algumas concessionárias possam ficar próximas fisicamente, cada marca terá showrooms e pós-venda totalmente independentes, já que não compartilham peças nem plataformas.
Negociação de longa data
Fontes ligadas ao setor afirmam que a Caoa vinha buscando, há cerca de cinco anos, uma nova parceira chinesa para reduzir a dependência da Chery. Conversas ocorreram com outros grandes grupos, como GAC, SAIC (dona da MG) e Baic. A Changan teria sido escolhida pela facilidade de negociação em temas estratégicos, como possibilidade de produção local e uso conjunto da marca “Caoa Changan”.
Posicionamento oficial
Apesar das informações obtidas nos bastidores, a Caoa mantém cautela e declarou oficialmente que “desconhece” a associação com a Changan, reforçando que não antecipa estratégias, lançamentos ou negociações em andamento.
Com a chegada confirmada para 2026, a Caoa Changan promete agitar o mercado nacional de SUVs, oferecendo desde modelos médios a combustão até elétricos de alto desempenho, e reforçando o peso das marcas chinesas no Brasil.